Aqueles que acompanham a minha trajetória como um neófito articulista, são capazes de comprovar que há muito tempo que venho tentando elaborar conceitos que permitam compreender criticamente o que acontece à nossa volta, afim de que nossas escolhas e ações contribuam para expandir cada vez mais as liberdades públicas, ao invés de restringi-las. Já que falamos sobre conceitos, nada mais justo que falemos sobre cidadania. Para mim muitas coisas da vida se resumem nesta palavra. Com este propósito jamais tive a pretensão de formar qualquer opinião, pois sei muito bem meu caro leitor, que você é consciente dos seus deveres e direitos.
Cidadania nos remete à condição de cidadão/cidadã ou de civilidade. O jogo da democracia necessita da cidadania que precisa ser plena. Não da para imaginar uma sociedade mais justa e igualitária sem a valorização da cidadania. Portanto, minha gente, a cidadania é do rico, e do pobre, do branco, e do negro, de todas as religiões e crenças, dos idosos, dos jovens etc. Preconceitos, ódio, revolta, deslealdade, compra de votos, desvios de recursos públicos, corrupção, uso de drogas, não combinam com o conceito de cidadania.
A cidadania deve ser anunciada como a conquista do respeito pelas diferenças e do direito de exercer a participação cidadã de cada indivíduo.
A cidadania deve estar presente na liberdade de expressão, no direito democrático de escolher os meus e os seus representantes, no direito a moradia, a uma educação mais democrática em termos de qualidade, a um sistema de saúde publica que preze pelo atendimento humanizado, com ênfase ao tratamento desigual aos desiguais, e tantas outras coisas.
A cidadania deve ser anunciada pelo gesto nobre de salvar vidas como uma simples doação de sangue ou pelo mais nobre dos atos de amor e solidariedade que é a doação de órgãos.
Ela, a cidadania, deveria ser anunciada por todos os cantos deste imenso e querido país.
Temos que ter consciência de que a construção de um futuro melhor começa pelo fortalecimento da cidadania no presente. Todos os indivíduos de uma nação merecem respeito e dignidade. O amor e a solidariedade pertencem ao exercício da cidadania. Assim como a consciência cívica da importância de cada um na edificação de uma sociedade melhor.
Às vezes, prezados, assistimos perplexos desastres naturais pelo mundo afora. Terremotos, maremotos, tsunamis. Em seguida, muitos países, pessoas, profissionais, instituições, demonstram na pratica, a cidadania por meio da ajuda humanitária às vitimas das catástrofes.
Por estas questões, a cidadania é um dos poucos conceitos que conseguem harmonizar a civilidade, solidariedade e a democracia. A cidadania deve ser anunciada como promoção de condições sustentáveis, e de dignidade ao acesso de recursos básicos e necessários a vida de qualquer pessoa.
A cidadania deve ser anunciada como uma arma de combate à exclusão e a injustiça social. E ao encerrar fica aqui um estímulo à formação de um Mutirão de Cidadania com o objetivo de trazer a tona o sentimento de nação, de civismo, de solidariedade, de união e amor aos valores dignificantes que tem sido cada vez menos aprendidos pelas novas gerações.
Ao encerrar faço uma provocação ao amigo que é a inspiração desta crônica, é mais ou menos isso a tradução de nossa conversa?
Armando Cerci Junior - Bioquímico
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