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Bullying: Um preconceito que não vem com o DNA - por Elaine Rufato Delgado - Psicopedagoga


Estive 25 anos nos bancos escolares e há aproximadamente 30 anos no espaço escolar como professora.

Tempo bastante como pessoa e profissional para arriscar-me a tecer algumas considerações acerca de um fato que recebe o nome de Bullying. Emprestamos um termo de outro país, talvez por não termos analisado um melhor. Além do que, tenho visto a maioria das pessoas usando-o equivocadamente.

Pois bem, nesses anos todos, nunca ouvimos ninguém se dizer preconceituoso. Dessa forma, a prática do preconceito é sempre velada , escondida e camuflada. As leis existem, no entanto, vemos que permanecem as ofensas e o comportamento “politicamente correto”.

Sabemos que preconceito, moral e outros tantos princípios e valores não vem com o DNA, ao contrário, eles são construídos, através da educação familiar e é justamente essa aprendizagem que forma a concepção da criança e jovem do mundo em que vão atuar a curto e longo prazo.

Se prestarmos atenção, nos momentos familiares, em tom de brincadeira, a criança presencia dos adultos opiniões preconceituosas graves, que transformam em verdades absolutas para ela já que está em desenvolvimento, formando a sua identidade e tem como referência os adultos que a cerca.

Sabemos que os adultos podem ser controlados em relação ao preconceito, mas não mudam suas opiniões. Já as crianças podem desenvolver-se sem preconceitos, se a família ensinar valores e princípios universais adequados e não expondo-as a valores distorcidos.

Onde houver crianças e jovens reunidos haverá preconceito e obviamente o bullying. Isso ocorre porque muitos não conseguem conviver com as diferenças naturais existentes em cada um. Para essa faixa etária está cada vez ficando mais difícil a convivência presencia pois atualmente é cada vez mais freqüente a individualização, de diferentes modos de viver, de pensar e de agir. O relacionamento e o agrupamento virtual é comum entre crianças e jovens .

Assim, a convivência torna-se compartimentalizada, o desenvolvimento moral congelado,tornando o xingar , “zoar”, incomodar, humilhar, corriqueiro, comum e considerado “coisa de criança ou jovem “, “ uma fase que vai passar”.

Embora seja considerado prioridade ajudar a vítima do bullying, é necessário também ajudar o agressor. Pois trata-se igualmente de uma criança ou jovem que apresenta dificuldades de convivência , frustração, baixa auto estima e amor próprio, tal qual , apresenta a vítima da agressão.Tanto o agredido quanto o agressor e o grupo precisam de ajuda.

A família deve estar atenta a alguns fatores importantes para o desenvolvimento saudável da criança ou jovem, embora esse tema seja inesgotável e não existe um condão mágico que resolverá todas as possibilidades . No entanto, a família deve construir elementos para que a criança ou jovem aprenda a lidar com certos aspectos da vida,tendo o cuidado para não vitimizar os filhos.

A escola, no seu papel formador, poderá colaborar para a reflexão do tema e contribuir com a família na prevenção , capaz de gerar um pensamento e uma ação crítica a fim de ressaltar a importância e a valorização de cada um.

Vale dizer que conceitos e práticas dentro da família de empatia, aprender a lidar com a diversidade , respeito, a não praticas violência e a intimidação, será crucial para não produzirmos dentro de casa um AGRESSOR ou AGREDIDO. Afinal, quem mesmo educa as crianças e jovens?

Considerações feitas, há muito que se estudar e discutir sobre a educação dos filhos, assim, nunca poderemos finalizar esse assunto .


Elaine Regina Rufato Delgado - Psicopedagoga / Professora de Matemática / Coordenadora do Colégio Alfa de Umuarama / Mestre em Educação

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