A infância é um curto espaço de tempo da vida do ser humano. Espaço de tempo que deixa marcas que durarão por toda a vida. Muitas marcas deixadas não mudarão, ao contrário, se consolidarão na vida adulta. Portanto, a forma na qual a criança é educada pelos adultos que convivem com ela, as relações com outras crianças e as experiências de interação com o mundo externo são muito importantes, pois as intervenções recebidas nesta fase definirão grande parte daquilo que ela se tornará quando adulta.
Na complexidade do mundo moderno, a Educação Infantil ganhou maior ênfase e reconhecimento da sua necessidade, principalmente, com a ampla participação das mães no mundo do trabalho e a mudança no meio familiar. Isso acelerou a urgência da ampliação dos espaços institucionais para o atendimento das crianças dessa faixa etária. Porém, vale lembrar que debate entre os educadores e estudiosos da infância, não se limitaram a esse aspecto. A defesa da necessidade de garantir a Educação Infantil a todas as crianças de 0 a 5 anos de idade, dá-se ao concluir que as experiências na primeira etapa da vida são importantes para um crescimento saudável. Sendo assim, as Instituições de Educação Infantil devem oferecer um trabalho pedagógico que ofereça à criança, a participação em atividades que a desenvolvam de forma integral, ou seja, biológica, pedagógica, fisiológica e psicológica. Além disso, ofertar o contato com outras crianças e com adultos, de forma que ela possa perceber-se parte de um grupo e com ele poder socializar e participar das mais variadas experiências.
Na primeira infância tudo é novidade. Fase em que a criança inicia a exploração do mundo que a cerca em busca de experiências que favoreçam a ela a descoberta do mundo. Momento em que o brincar é coisa séria. Ela brinca, e pelo ato de brincar, expressa seus sentimentos, suas emoções, manifesta seus pensamentos, apresenta seus desejos e aponta suas necessidades. Sendo assim, a Educação Infantil deve promover atividades sensoriais, expressivas e corporais que favoreçam o desenvolvimento integral, tanto a nível individual quanto social.
Os trabalhos desenvolvidos dentro dessas Instituições devem utilizar diferentes linguagens e considerar o universo infantil, compreendendo aquilo que é próprio do ser criança. A ludicidade, as fantasias, os brinquedos, e as brincadeiras devem estar presentes nas atividades, para que a criança possa vivenciar as mais variadas realidades próprias para a sua idade. É através do trabalho pedagógico consciente que ela tem a oportunidade de desenvolver uma imagem positiva de si mesma, construir significados, enriquecer seu repertório, expressar-se, tornando-se cada vez mais independente e confiante de suas capacidades. Na interação com os objetos e com as outras crianças, poderá adquirir as condições para estabelecer vínculos afetivos que possibilitarão sua comunicação e interação social.
As vivências positivas experimentadas na Educação Infantil garantirão o seu pleno desenvolvimento, podendo observar e explorar o ambiente, assumindo uma atitude curiosa que a levará a estabelecer as relações para um crescimento saudável.
A autoconfiança que vai adquirir no convívio com o adulto e nas interações, o sentimento de pertencer a um grupo e poder dividir suas angústias e alegrias, podendo ser percebida, valorizada e acolhida são aspectos importantes na fase infantil e que refletirão na vida adulta. Um adulto que passou sua infância isolada, principalmente, privado do convívio com outras crianças, poderá se tornar uma pessoa com dificuldade no convívio social e de relacionamentos que persistirão por toda a sua vida. Portanto, deve-se considerar que quanto maior for a oferta de oportunidade de convivência, maior a chance do sucesso na vida adulta.
Entretanto, é preciso reconhecer que a fase infantil é única e cheia de detalhes que não podem ser ignorados. A criança é um ser curioso, sociável e criativo que marca seu lugar na sociedade e a Educação Infantil Institucional tem a responsabilidade de ter todo o preparo para lidar com essa fase da vida de forma a oferecer às famílias um trabalho de parceria na Educação das crianças. Não dá para negar a importância que ela tem para o desenvolvimento da criança de forma integral e, portanto, saudável.
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