Não há nada mais prazeroso que viajar, além da oportunidade de conhecer lugares, a oportunidade de conhecer pessoas. Na volta é bagagem pesada, difícil fechar as malas, mistério e lá vem presentes, conhecimento, experiências, amigos, recordações, ainda que as fotos desapareçam nas bagunças da casa, do pendrive, do computador, do CD, estou procurando fotos, sumiram, mas aqui estão bem frescas as lembranças que jamais serão apagadas.
Tenho como hobby viajar, sou sempre candidata a ir de ônibus, de carro, de avião, de carroça, a pé e nos livros, não quero acumular na terra riquezas, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, quero acumular conhecimentos, quero atravessar os oceanos e desfrutar das maravilhas que Deus criou e deixou para que pudéssemos apreciar, quero assim ser mais humana, mais gentil, mais desapegada. Sou neta de gaúcho, e me orgulho disso ,meu avô um homem extremamente culto e politizado, ensinou-nos a apreciar as coisas boas da vida : música, dança, comida boa, muita festa e viajar, ensinou-nos a trabalhar também. Além disso, sou filha de caminhoneiro que cortou o Brasil do Oiapoque ao Chuí, e que das suas viagens trazia histórias de lugares e de pessoas, eu amava ouvi-las. E a descrição de lugares?.... Que maravilha! Eram tão bem feitas que eu podia visualizá-las. Minha mãe professora, sempre incentivou-nos a viajar como um ato cultural, então: viajar é cultura.
Das inúmeras viagens que fiz, vou mencionar a de Israel, um sonho realizado, algo que para mim parecia impossível, tornou-se real, pisar em três continentes diferentes, Europa, nas escalas, França e Itália onde sentimos o cheiro de perfume bom e muita pizza. África e Ásia, no Egito e em Israel. Descrever a emoção de pisar nesses continentes pela primeira vez é difícil, mas imaginem uma criança que ganhou a primeira bicicleta, a primeira paixão é algo semelhante o coração palpita, fica a mil, os olhos saltam para fora.
O Egito é fascinante: as pirâmides, as esculturas e pinturas gravadas nos muros das ruas do Cairo é rever aquelas figuras dos livros de história, tão reais, simplesmente fantástico. Israel é viver as histórias bíblica, para mim foi viver as histórias que ouvi dos meus avós paternos que cuidaram muito bem da nossa formação religiosa, que nos deixou por herança uma literatura riquíssima cheia de informações bíblicas e o hábito de ler a bíblia. Passar por Israel, é viver essas histórias, hoje quando leio a bíblia, leio diferente, quando ouço pregações, eu não só ouço como visualizo os inúmeros lugares por onde passamos. O Monte Sinai, a casa de Lázaro, pudemos conhecê-la, visitá-la, veja só que incrível: Fomos à casa de Lazaro. A árvore de Zaqueu, o mar da Galileia, o tanque de Betesda, o rio Jordão, batizar no Jordão, as muralhas das lamentações, as mesquitas de ouro, os muros de Jerusalém, o Mar Morto, as cavernas de Davi, o Monte das Oliveiras, as minas de Salomão, as fábricas de diamantes e pedras preciosas. Fica tudo tão real, tão diferente, tão inexplicável. E o que foi mais interessante e mais emocionante foi encontrar o túmulo de Jesus aberto com a frase: “He is not here”. Eu não nunca fui descrente, mais passei a crer mais, a viver mais o evangelho, ele tornou-se mais real em meu dia a dia.
O Museu do Holocausto merece um parágrafo, merece uma pausa, merece uma reflexão, merece nosso repúdio a qualquer tipo de desumanidade, de desrespeito, de preconceito ou discriminação, simplesmente terrível, eu não tinha noção do tamanho da crueldade e da marca deixada naquele povo, que tanto sofreu na Alemanha nas mão de Adolph Hitller, lastimável, mas ali estão tatuadas no coração daquele um povo uma história que jamais será apagada e que os filmes não conseguem mostrar quão grande foi a tragédia.
Passar pelo Egito e atravessar para Israel, ver o Mar Vermelho é sentir na pele o que é, e porque é chamada de “Terra Prometida” , as diferenças sócio econômicas e culturais tornam-se muito claras. A estrutura política de Israel, a organização dos kibutz, é maravilhosa. Educação de qualidade e tecnologia de ponta na agricultura, enquanto o Egito sofre com as desigualdades econômicas, isso lá é gritante, rico culturalmente, mas extremamente pobre.
Passamos por hotéis luxuosos, resorts maravilhosos, pura ostentação, algumas coisas, alguns detalhes esqueci, normal.
Despeço-me, mas afirmando que pretendo viajar, viajar e viajar e até mesmo retornar ao Egito e Israel, se possível for, e compartilhar com amigos e pessoas experiências vividas, porque pra mim isso é: viver. Não consigo ficar presa a um espaço pequeno, preciso de pessoas, histórias e lugares diferentes, preciso sair da rotina de quando em quando , ou morrerei de tédio, preciso de novidades, para contar pra vocês.
Frases para pensar:
“As pessoas não fazem viagens, as viagens fazem as pessoas”.
“Um bom viajante não tem planos fixos e nem a intenção de chegar”.
“De minha parte, eu viajo não para ir a algum lugar, mas para ir. Eu viajo pelo prazer de viajar. O negócio é se mover”.
“Não me diga o quanto você estudou, me diga o quanto você viajou”.
“O mundo é um livro, e aqueles que não viajam leem somente uma página”.
Érica Cristina Silva
Professora de Língua Portuguesa
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