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Sempre sonhei com a Medicina - por Heloisa Ferrarezi Mantovan

Atualizado: 17 de abr. de 2018



Eu sempre sonhei com a Medicina para minha vida, uma profissão que vai além do gostar e do querer, precisa de doação como o sacerdócio. Pensei muitas vezes em ser médica pesquisadora, porém com a graduação e especialização, o meu desejo maior foi de exercer a medicina pura, ajudar pessoas em sua cura e ser alívio no momento de maior dor e sofrimento que é a doença.

Escolhi medicina por vocação, passei em farmácia no meio do terceiro ano do 2º. Grau, porém, sempre meu desejo foi ser médica, sou muito feliz e realizada nesta profissão e valeu todo o esforço para me formar e ser profissional hoje.

Vários fatos foram marcantes durante a graduação. Eu me lembro do primeiro parto normal no Hospital Universitário de Maringá, ainda no quinto ano, no estágio da obstetrícia. Achei aquele momento mágico e isso me motiva até hoje a exercer com paixão a obstetrícia.

Sou ginecologista, obstetra e ultrassonografia e, atualmente, também esterileuta, exercendo a área de reprodução assistida que tem me fascinado muito, pois as paciente inférteis buscam tratamento para a realização do maior sonho de suas vidas que é a maternidade. A obstetrícia me estimula, pois trabalhamos não somente com doenças, mas podemos atuar num momento muito precioso para o casal que é o nascimento de um filho.

Estamos passando por um período muito difícil na saúde pública brasileira, talvez um dos piores da história. Hospitais públicos estão à beira de um colapso. É vergonhoso para o país ver o povo mendigando por atendimento e os hospitais sem poder oferecer o mínimo. Falta tudo: materiais, medicamentos e profissionais.

A saúde pública no Brasil necessita, com muita urgência, de mais atenção dos órgãos competentes. A realidade nos mostra um país desestabilizado, onde as políticas públicas são incoerentes e desrespeitam a sociedade. O que percebemos é que a saúde não dá voto, por isso, o governo não oferece os investimentos necessários ao setor.

Merecemos uma saúde pública digna de alimentar as esperanças e necessidades básicas do povo brasileiro, um povo sofredor. O Sistema Único de Saúde precisa ser reformulado, tabelas de custos e pagamentos totalmente defasadas, gerando insatisfação generalizada dos profissionais e que com isso abandonam seu emprego público por falta de condições mínimas de trabalho.

O que sobra no SUS, na maioria das cidades, são profissionais com pouca qualificação e com dificuldades em condutas e tratamentos mais complexos, o que leva a baixíssima resolutividade da saúde pública brasileira.

Na universidade, os acadêmicos de medicina têm sonhos com uma saúde de primeiríssima qualidade, diagnósticos e condutas complexas, tratamentos de alto nível para as mais diferentes patologias. No entanto, quando nos formamos, nos deparamos com a saúde no dia a dia: patologias não tão complexas e que exigem de nós, médicos, não só diagnósticos e condutas de alta complexidade, mas, principalmente, de humanidade, paciência e sabedoria para lidar com o ser humano em seu momento de maior fragilidade que é a doença. Como diz um célebre pensamento médico: “Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar sempre’’.


Atuo em Naviraí-MS, há 6 anos, trabalho em minha clínica particular, além de um ambulatório de ginecologia e obstetrícia no setor público. Realizo cirurgias no hospital Cassems de Naviraí e agora estou experimentando um pouco na prática do que ensino e transmito todos os dias para minhas pacientes que é a experiência da maternidade. Período sublime e maravilhoso na vida de uma mulher, principalmente se pensado e planejado com carinho e cuidados necessários. Este momento chegou na minha vida, o nascimento de Helena. Ela veio para alegrar minha vida, a de meu marido e a de nossa família.


Heloisa Ferrarezi Mantovan

Formada em Medicina pela UEM – Maringá e Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia – UEL Londrina.

Pós Graduação em Ultrassonografia em Ribeirao Preto e Reprodução Assistida em São Paulo.

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