Sempre fui muito pobre. Com seis anos minhas bonecas eram os irmãos, de quem eu tinha que cuidar. Sempre que pedia alguma boneca para minha mãe, ela ficava brava. Hoje, entendo, que era porque não tinha dinheiro para comprar.
O tempo passou e dentro de mim a vontade infinita de ter as minhas bonecas. Minha filha, sabendo do meu desejo, nunca realizado, comprou-me, duas, as quais eu trato com muito carinho. Elas ficam deitadas na cama do quarto vazio da minha casa.
No meu último aniversário, meu marido também me deu uma. Elas me fazem muito felizes, pois trazem de volta a infância que eu não tive.
Ozana Torres da Costa Saraiva.
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