Como diz o ditado popular: “Deus escreve certo por linhas tortas!”, gosto muito desse ditado por expressar o poder ilimitado de Deus em poder achar virtude naquilo em que muitos não enxergam nenhuma possibilidade, mas acredito muito mais em uma adaptação desse pensamento: Deus escreve certo em qualquer lugar, mesmo que nem existam linhas!
Foi assim que surgiu o Projeto V.I.D.A. (Viver, Inspirar, Doar e Amar), um projeto de palhaços em hospitais. No início de 2012, descobri o teatro, na verdade sempre tive um pezinho nos palcos, desde os tempos de colégio, mas foi a frente de um grupo de teatro chamado GTALC (Grupo de Teatro e Adoração Libertando Cativos) que descobri realmente a paixão pelo teatro, e uma vez como líder do grupo, buscar inovação e capacitação não eram mais uma opção. Então soube de um evento em Umuarama da Igreja Batista Betel, o Multiministerial, onde eram oferecidas oficinas das mais diversas áreas da arte, inclusive teatro. Fiz minha inscrição e lá conheci o ator André Ribeiro, de Curitiba, que além de ator, era palhaço profissional. Palhaço profissional?
Sempre achei que ser palhaço era a coisa mais simples do mundo e nunca estive tão enganado. Aprendi com esse oficineiro, que depois virou amigo, que a arte do palhaço era um universo mais vasto e diverso do que aquele que eu conhecia e me encantei por esse tudo aquilo, então passei a estudar, nos ano posteriores, 2013 e 2014, fui a um congresso de artes na cidade de Maringá chamado Acamparte, promovido pelo grupo Expressão de Amor, lá conheci o pessoal do Terapia da Alegria, um grupo de palhaços que atua em vários hospitais e pude fazer oficina de palhaço com Hudson Zanoni, o palhaço Adalberto Pé de Chinelo, que é o fundador do grupo, e com Alexandre Penha, o Cajuíno Castanho, dois mestres na arte do palhaço, que me passaram muitas dicas e direções de como vestir o nariz vermelho, a menor máscara do mundo, que ao invés de esconder, revela.
Depois de um hiato de dois anos estudando, lendo material, vendo vídeos, trocando ideias com meus amigos, logo após o nascimento do meu filho, Benjamin, surgiu o convite para começar um projeto de palhaços em hospitais no Hospital Cemil de Umuarama. Esse convite foi feito pela Adriana Santos, uma amiga que trabalha como coordenadora de eventos nesse hospital. Mais do que depressa aceitei o convite e no dia 01/07/2017, eu e mais um amigo, Paulo Henrique Barbanti, começamos nossa odisséia nesse lindo universo. Eu como Pitico e ele como Fiapo. Mais tarde uma amiga de Umuarama com a qual já dividi o palco adentrou o grupo, a Amanda Formigoni, a palhaça Kika.
Após a primeira visita, tive a certeza de que era uma coisa que eu não tinha como não fazer, não como obrigação, mas por amor. O hospital é por si próprio um lugar cinza, onde muitas das pessoas que lá estão, não queriam estar e é para colorir um pouco esse lugar que nós vamos uma vez a cada quinze dias para conversar, visitar, cantar, brincar e distrair. Visitamos as enfermarias, refeitório, quartos, UTI, UTI Neonatal e demais áreas. Nosso projeto está no começo ainda, somos um bebê aprendendo a engatinhar, mas com a graça de Deus estamos tendo uma resposta muito positiva do trabalho, muitas vezes pensamos que estamos fazendo algo por eles, quando na verdade eles que fazem por nós.
Jeferson do Carmo Ribeiro
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