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Colunistas de Cruzeiro do Oeste e Região

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Considerações e agradecimentos - por Elaine Rufato Delgado - Colégio Alfa



Minha mãe foi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Mas eu não sabia disso, quando era pequena.

Ela foi muito humilde e simples. Uma das poucas vezes que a vi vibrar por ela mesmo, foi quando aos 55 anos de idade, aprendeu a ler e a escrever. Jamais esquecerei o brilho de seus olhos e a alegria de descobrir um mundo novo.

Lembro-me outra vez , quando ela viu o mar pela primeira vez. Chegou a saltar na areia de tanta emoção. Já tinha muito mais que 55 anos de idade. Sempre se alegrava com coisas simples.

Somente a vi chorar uma vez, quando estava no final de sua vida. Poucos segundos, sem lamentações e pediu para eu ser forte.

Desde então fui. Lutei muito nessa vida. Pela minha família. Pelo bem-estar de todos. Não sei se fiz tudo certo pelos meus filhos ou pelo meu esposo. Tentei.

Meus filhos estudaram e procurei ensinar a eles valores como: honestidade, honra, lealdade e retidão de caráter.

Sempre fui professora. E gosto de ser. Não me vejo em outra profissão. Sou professora.

Sempre tive uma vida simples, mas trabalhei muito, estudei muito e viajei muito ministrando aulas.

Sempre acreditei em Deus. Conversei com Ele a minha vida inteira. E quando entrava em uma enrascada, sempre dizia a Ele: - Me tira dessa, se estou aqui, se cheguei aqui, vim em busca do bem. Então me abra o caminho.

Nunca pedi nada além de paz, saúde e alegria para mim e para os meus. Aqueles pedidos no final do ano, sempre pedi isso e principalmente agradeci.

Sinto-me abençoada, pela boa vida que tenho e pela minha família.

Mas enquanto vivemos muita coisa poderá acontecer. E aconteceu de eu ser atropelada muitas vezes por “dores de quem vive” . Sempre achamos que nossa carga é maior que a outra. Que nossa dor é maior do que a dos outros. Não sei se é. Só sei dizer, que senti cada uma delas com intensidade. Uma dor interior, uma tristeza, uma angústia, que é impossível expressar para alguém o que eu senti. Mas sentia , e muito.

Quando já pensava em desistir ou entregar os pontos, eis que uma pessoa conhecida, me convidou para ir à um grupo de oração.

Fiquei encantada com o carinho da menina que me ofereceu ajuda, mas apesar de agradecer e dizer que ia, sabia que não iria. Me faltava forças. Precisava de um colo. Um colo que me abraçasse e me levasse. Mas não podia dizer isso. Nem intimidade com ela eu tinha.

Mas ela deve ter sabido disso. Não esperou e disse: - Vou te buscar em casa.

E foi. Eu tive que ir. Confesso que fui , mas não sabia porque.

E a conheci. A intercessora que com um carinho imenso e sorriso nos olhos e lábios, fez oração para mim. Não lembro de muita coisa. Senti sua mão em meu ombro. Um não sei o que de bom.

Não sei como fui embora. E não me lembro quando voltei a segunda vez. Mas voltei.

Muito lentamente e com os dias intermináveis, a dor grande ficava branda e em outros, insuportável. Fui indo lá na Capela simples e pequena, a cada semana.

E com o passar dos tempos fui me aproximando mais de Deus através da oração , meu corpo foi fortalecendo e minha alma se recuperando.

Desde criança sentia toda essa dor, de tempos em tempos. Mas não sabia disso.

Aprendi que cada dia é um dia que devemos viver. O outro vamos enfrentando e vivendo. Devagar e com muita oração.

Muitas vezes fraquejo. Muitas vezes desanimo. Muitas vezes o medo que cresce em mim é maior do que a fé em Deus.

Aos poucos o medo vai diminuindo e quietinha, continuo rezando, pedindo e agradecendo a Deus.

A minha alegria é tanta, as bênçãos que recebi são tantas que não consigo em palavras descrever.

Gostaria muito de poder fazer transpirar e mostrar o que ganhei de Deus. A vida voltando dentro de mim.

Sei que a minha trajetória é grande. Que terei muitos desafios. Cada dia a vencer. Mas peço a Ele que me dê lucidez, calma, perseverança, humildade e fé para vencer com dignidade tudo isso.

Muito obrigada , Meu Deus.

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