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Colunistas de Cruzeiro do Oeste e Região

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Cada geração tem seus ídolos, Roberto Carlos foi o meu - por Edeliar Torres Saraiva



Lembre-me como se fosse hoje (iniciei com um chavão). Tinha sete anos, eu e minha mãe fomos levar almoço para o meu pai, na roça. Enquanto meu pai almoçava, sob a sombra do pé de café, fomos recolher figos no pé, ela gostava de fazer doce. Do nada ela me disse que Roberto Carlos havia sofrido um acidente e amputado uma das pernas. Como nosso único meio de comunicação era o radinho de pilha, acredito que ela ouviu no noticiário. Como? Roberto Carlos sem perna? Minha reação foi instintiva. Meu ídolo não! Confesso que foi difícil aceitar tal verdade. Era mais fácil aceitar que minha mãe estava mentindo. Hoje, fazendo essas ponderações, vejo como precisamos de referências para crescer, no sentido literal da palavra. Roberto Carlos foi referência para a geração da minha época de adolescente, apesar de que gostávamos dele desde criança. Uma referência cômodo, visto que as letras de suas músicas não sofriam censura por parte do regime do governo da década de 60 e 70. Ele cantava o amor, letras amenas que não incomodavam o sistema. Não digo isso como se fosse um mérito, acreditem. O tempo passou, continuo gostando dele, afinal não sou de negar o meu passado. No entanto, acrescentei outros gostos musicais ao meu repertório, além daqueles que cantam o amor, a fé. Acrescentei quem usa a arte para fazer refletir, fazer questionar, fazer sair da inércia pensante. E termino dizendo: "pena que maioria dos tais ídolos não têm preocupação com a população. Se tivessem, usariam sua arte para disseminar boas ideias, o que contribuiria, significativamente, para mudar o nosso país. Pena também que nos contentemos em consumir uma arte "menor", não reflexiva, sensualizada, com um forte poder de alienação. Que pena!

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