A Copa do mundo é um evento esportivo que contagia a maioria da população do nosso planeta, especialmente onde o futebol é praticado como lazer ou profissão. A paixão por esse esporte leva o espectador a opinar como “técnico“ e crítico do bom ou mau desempenho dos jogadores. No Brasil, a maioria das crianças, ainda bem pequenas, ganham de presente a bola de futebol e aprendem a jogar nos quintais de casa, nas ruas, nos terrenos vazios transformados em campo, sem contar os jogos eletrônicos e didáticos, que estão entre as inúmeras opções de participar ou assistir a uma partida de futebol. É bom lembrar que nas aulas de educação física, entre todas as modalidades esportivas propostas na grade curricular, o esporte preferido dos alunos é o futebol.
Confesso que não sou torcedora fanática de nenhum time brasileiro, mas paro para assistir uma partida onde os jogadores buscam a vitória com atitude e determinação, ousadia e união do grupo para conquistar a vitória, não a própria ascensão pessoal.
Alguns fatos que vi na Copa do mundo na Rússia despertaram em mim sentimentos de alegria e esperança na certeza de que vale a pena semear a gentileza e o respeito especialmente ao próximo mais próximo através de pequenos gestos, que fazem toda a diferença. Observei também que muitos jogadores ou torcidas fizeram na Rússia o que aprenderam em casa, na escola, na sociedade onde vivem.
Começo partilhando sobre o português Cristiano Ronaldo, com sua determinação e foco no que faz, deu um show de profissionalismo, caráter e determinação, e mesmo com seu país desclassificado teve o reconhecimento dos seus conterrâneos e da imprensa mundial. O que reflete nos jogos é a vitória de um menino de origem humilde, com problemas familiares como o álcool, mas que soube virar a página e tirar proveito das próprias experiências, buscando se preparar para um bom desempenho profissional. Não faz tatuagens ou usa piercing, algo comum especialmente entre os jovens , pois como doador de sangue teria que esperar um ano para o procedimento. Acolhe seus fãs, dá autógrafo, ajuda em projetos sociais e sabe separar a disputa dentro de campo e o respeito aos jogadores adversários, como fez na partida entre Portugal e Uruguai onde ajudou o atacante Cavani, com dores na perna direita a deixar o campo, é um exemplo a ser seguido por todos nós.
Outro país que chamou a atenção do mundo durante a Copa foi o Japão, com sua cultura milenar, educação e disciplina. Após os jogos, os torcedores limpavam as arquibancadas e o espaço que ocupavam e os jogadores, depois das partidas limpavam e organizavam o vestiário. Mesmo eliminados da Copa, no jogo contra a Bélgica, repetiram o gesto, deixando origamis e a mensagem de “obrigado” aos russos, pela acolhida que tiveram antes e durante os jogos. Fizeram tudo por livre arbítrio, porque faz parte da sua cultura e educação, como fazem no seu país, nas escolas que frequentam, nos ambientes públicos ou privados, cultura que começa em casa e se torna um hábito, exemplo a ser seguido por todos nós. Alguns fatos na história e na cultura japonesa demonstram sua determinação e atitude diante da vida. Construiu uma sociedade vencedora, superando fenômenos naturais como terremotos, tsunamis com suas ondas gigantes destruindo áreas litorâneas do país e ceifando vidas. A maior de todas as adversidades superadas foi testemunhada pelo mundo, no final e depois da Segunda Guerra Mundial, quando a radiação das duas bombas atômicas sobre as cidades de Nagasaki e Hiroshima, levou a contaminação e morte de milhares de japoneses e a destruição da flora e fauna. Admiro muito a população japonesa e a valorização dos princípios semeados sobre sua descendência. Parabéns por fazerem a diferença na Rússia.
No final da partida entre a Bélgica e o Panamá , o belga Lukaku, autor de dois gols e o panamenho Escobar agradecem a Deus. O que chama a atenção é o reconhecimento de ambos à soberania de Deus, que está presente nas vitórias ou nas perdas. Para o que crê o aprendizado é maior com as perdas, pois experimentamos o mover de Deus sobre nós, como um vaso que precisa ser moldado, trabalhado, redefinido para estarmos aptos nos propósitos e atingir nossos objetivos.
Fiquei impressionada com a grande atuação dos jogadores croatas durante e depois da Copa, foram determinados, unidos e incansáveis na busca pelo título mundial. Após disputarem três partidas com prorrogação, chegaram a final da Copa, contra a França, para jogar bola em busca da vitória. A geração que esteve na Copa é testemunha da luta que seus familiares enfrentaram para conquistar sua independência da antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia, em 1991. A sangrenta guerra civil com os sérvios, minoria no país, por controle de parte do território levou a Croácia a enfrentar violentos conflitos e a instabilidade. Somente em 1995 foi estabelecida a paz com o Acordo de Dayton (EUA), durante esses anos muita gente fugiu para países vizinhos em busca de uma vida melhor.
Para jogadores como Luca Modric, que foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 2018, buscar seus objetivos com atitude, determinação, treinamento e garra faz parte da história construída com sangue e suor, por um povo determinado e incansável na busca dos seus sonhos. Parabéns à seleção e ao povo Croata, pois mais que o título mundial, conquistaram o respeito e admiração do mundo.
Enfim, falar da campeã, a França, que há dois anos perdeu a Eurocopa para Portugal em casa, mas reavaliou seus erros e acertos, reorganizou sua equipe e com determinação, disciplina, preparo físico e vontade de jogar confiou no técnico Deschamps, que com a vitória tornou-se o terceiro a ser campeão da Copa do Mundo como jogador e técnico da seleção, se igualando a Zagallo e ao alemão Beckenbauer.
Por todo o mérito e empenho, VIVA A FRANÇA!!!!
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