Vejam só a maneira como o cidadão é tratado quando necessita de atendimento de saúde, isto mostra minha gente, a triste realidade da administração pública em zelar por esse direito garantido pela constituição. Descaso, omissão, negligência e principalmente falta de respeito com a população, é um assinto que merece atenção, uma vez que nosso bem maior está em discussão, que é a vida das pessoas. Entende-se por omissão quando o sujeito causador do dano deixa de observar o dever do cuidado.
É dever do Estado, proporcionar o mínimo de condições para que a população possa ter dignidade quando necessitar de cuidados. Mas o que vemos é um verdadeiro descaso no atendimento. Aqueles que necessitam do sistema sofrem as mais diversas barbáries quando precisam de serviços de saúde pública.
Esperas intermináveis, uma vez que ali estão na maioria dos casos buscando a urgência no tratamento. Quando conseguem são surpreendidos por uma estrutura física debilitada e recursos humanos desmotivados. Ausência de profissionais capacitados, medicamentos e equipamentos ultrapassados, insuficientes para a demanda do dia a dia, vivido por aqueles que trabalham e por aqueles que buscam ajuda do sistema.
Consultas marcadas a sumir de vista, mesmo o paciente necessitando de socorro imediato. A informação que nos chega pela mídia é clara, enfermos sendo cuidado nas macas e nos corredores de hospitais. Pacientes indo a óbito, sem ao menos saber a causa da morte. Ambulâncias em estado crítico. Esta e a triste realidade da saúde pública.
Quando referimos sobre saúde, nós estamos apenas tratando do atendimento ambulatorial e hospitalar, ou quando se vai a um posto de saúde. Saúde é bem mais que isso.
Aparecimento de novas doenças que surgem com tamanha rapidez e poder de destruição. As drogas presentes na sociedade, lícitas ou não, tabagismo, alcoolismo, tudo isso também faz parte e tem que ter tutela da Administração Pública.
Temos consciência que sendo a saúde pública um direito social e um dever do Estado, caso realmente os recursos orçamentários destinados para tratar doenças, realizar a prevenção, bem estar físico e mental e social, fossem integral e responsavelmente aplicados estabelecidos um processo de avaliação, monitoramento, e auditoria rigorosa, podem ter a certeza que a qualidade de vida da população seria outra. Isto quer dizer que teríamos que ter um modelo de gestão absolutamente planejada, comprometida, competente e humanizada, além é claro de investimento em pessoal não somente na melhoria salarial, mas também para prepará-los, a fim de prestarem um bom serviço ao cidadão, contribuindo para por fim a humilhação que o cidadão sofre quando necessita de assistência. É preciso, sim, rever com urgência toda a política de saúde. Mas para isto aconteça requer atitudes das autoridades. Inúmeras são as responsabilidades de quem tem o dever e a obrigação de proteger a sociedade.
Ninguém suporta mais promessas e promessas. Exigem e merecem o mínimo de respeito e dignidade. O que assistimos é uma afronta a constituição. Afronta também, porque aqueles que possuem poder necessários para fazer algo de bom e de acordo com a lei, muitos se esquecem da população e pensam nos seus interesses pessoais.
Se esta gente dependesse exclusivamente do atendimento do sistema de saúde publico, às vezes a realidade para a população seria outra.
Armando Cerci Junior
Bioquímico /Pós-graduado em Farmacologia / Especialista em Adm. Pública.
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