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Colunistas de Cruzeiro do Oeste e Região

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A educação dos filhos fundamentada na “ culpa “ – por Elaine Rufato Delgado – Colégio Alfa



A família, apesar de milenar, apresenta-se com novos modelos em atendimento à demanda da sociedade em que está inserida. Pontuamos , pois, que talvez seja onde se encontra uma das maiores dificuldades dos pais, que se cobram ter responsabilidade, as quais não se sentem em condições de assumir.

Percebemos , então, que não há somente ausência da autoridade e comprometimento familiar, mas a família moderna busca “ novas autoridades” ou “autoridades alternativas”, com quem os pais possam dividir a responsabilidade pela educação dos filhos. Transfere-se para a escola, para a televisão , para cursos- ocupando os filhos, para computadores, para babás, para avós, tios e todos aqueles que aparentemente reunirem habilidades para entretê-los.

A família, considerada o primeiro grupo social do indivíduo, desempenha um papel muito importante perante a sociedade. É no seio familiar que se aprende princípios básicos que nortearão a vida das pessoas ao longo de suas vidas. Portanto, é na família que ocorre o processo de socialização, educação e formação para o mundo.

É na interação familiar, que configura-se bem precocemente a personalidade, determinando-se aí as características sociais, éticas, morais. E onde a criança tem a oportunidade de aprender experiências positivas e negativas como afeto, estímulo, apoio, respeito, frustrações, imites, perdas, tristezas todas elas contribuirão para a formação de sua personalidade. Aprendizagens essas que são permeadas pelos vínculos que garantem a convivência, a compreensão, a confiança, a proteção, entre os integrantes dessa família.

Cabe salientar que haverá efeito positivo no desenvolvimento da criança, se somente, ela perceber que os responsáveis pela sua educação, sua família, valorizam ,se interessam e se empenham sinceramente e genuinamente pelo seu aprendizado.

Tanto o papel do homem quanto da mulher sofreu alterações ao longo dos anos. No entanto, vamos nos ater às profundas transformações que a vida da mulher, sofreu ao longo do tempo e seu papel social quando esta foi inserida no mercado de trabalho.

É do nosso conhecimento que a mulher, hoje, exerce várias funções profissionalmente, como mãe e como mulher contribuindo para a evolução da sociedade como um todo.

A profissional empreendedora, dinâmica, competente e eficaz, toma decisões fundamentais onde exerce seu trabalho. Na sua casa, essa mulher exerce um papel indispensável no seio familiar, que é essencialmente ser mãe. Mãe que cuida, que form , que aconselha, que demonstra amor , que coloca limites, que acompanha, que educa. E ainda, uma mulher que desempenha o papel de esposa, que convive, que mantém uma parceira com seu companheiro, que se cuida, que protege, que tem seus sonhos, seus objetivos. Na sua casa é uma mãe /mulher.

Pois bem, é muito comum essa mãe/profissional sentir-se “ culpada” , “exausta” , “aborrecida” e “amedrontada” com os diferentes papéis que exerce no interior de seu lar e na sociedade.

A ausência que a mãe acredita fazer na vida de seu filho, a faz agir de maneira a compensar exagerando na dose de permissividade, de amor, de atenção, de omissão ao seu parceiro não compartilhando as dificuldades do filho, tornando-o um elo muito apertado entre ela e o filho, sem espaço para o pai, excluindo-o principalmente quando este não concorda com as atitudes de proteção excessiva dessa mãe em relação ao filho. Atitude essa, que pode influenciar tanto na educação do filho quanto na relação do casal.

Essa mãe, contribui para a criação de uma criança/jovem sem limites, indisciplinado, que não lida com frustrações, que não pode ficar triste, não pode chorar, não pode ser contrariado, entre outros. E tudo e todos que contrariem, frustrem ou incomodem o filho, torna-se obstáculo e são criticados veementemente por essa mãe, ou seja, a escola, o clube, os amigos, parentes, etc.

A criança/ jovem aprende por observação com as atitudes dos adultos. Os pais ensinam que é preciso respeitar as regras, mas o filho assiste frequentemente os pais atravessando o sinal vermelho. A coerência entre discurso e atitudes é indispensável, já que o hábito de ter condutas erradas podem ser interpretadas pela criança como uma coisa normal.

Sendo assim, a criança ou jovem perceberá nitidamente esses episódios e irá suprir suas vontades e necessidades , exigindo dos pais serem atendidos em tudo que querem, na hora que querem, não sabendo esperar e não conseguindo mostrar atitudes adequadas na sociedade.

O filho entenderá perfeitamente, se bem explicado pelos pais que todos atos têm consequências. Que os limites são necessários para que cada um saiba onde pode ir e o que fazer , sem prejudicar os outros e a si mesmo. É preciso ficar muito claro para a criança e o jovem que escola , e todos os lugares que fazem parte da nossa sociedade tem regras e precisam ser seguidas , caso contrário, haverá em casa ou fora dela consequências.

Ao ensinar limites, os pais devem lembrar-se de que é preciso dar afeto. E afeto, não é levar para o shopping, tomar sorvete, passeios, presentear, entre outras presentes materiais. Afeto é passear , sim, mas a tônica do passeio deve ser a harmonia, o carinho, o abraço, a atenção sincera. O assunto deve ser a família, sua intimidade, sua alegria, sua tristeza.

Devemos sempre nos perguntar: qual a importância que tenho dado nas atividades do meu filho, compromissos escolares, apresentações em cursos, atividades físicas, entre outros. Agora pense: como a criança ou jovem sente-se ao ver a presença dos pais de seus amigos e a ausência dos seus pais em seus compromissos escolares? Os professores tem dado uma atenção especial `a essas crianças e jovens que os pais nunca estão presentes, motivando-os e não deixando-os desistirem.

Por fim , o caminho a seguir não será nunca presentes, a superproteção aos filhos , a culpar escola, cursos , professores , amigos, parentes pelas atitudes inadequadas dos filhos, para amenizar a culpa e ausência dos pais na educação dos filhos. A mãe, deve assumir suas faltas, encontrar um caminho para atender as necessidades do filho e assim colaborar para a formação de um ser humano saudável.

Sabendo que a mãe é muito marcante na educação dos filhos, cuidemos pois do que fazemos e que dizemos para nossos filhos. Se queremos que nosso filho seja um cidadão útil e feliz na sociedade, sejamos hoje, a mãe que ele precisa.

(em outra oportunidade falaremos da importância do pai na educação dos filhos.)



Elaine Regina Rufato Delgado

Psicopedagoga

Especialista em Educação Especial

Coordenadora Pedagógica Ensino Fundamental II – Colégio ALFA

Mestre em Educação

Autora da obra: Você educa seu filho? Ainda há tempo.

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